A metodologia Rotação por Estações, é considerada como sendo uma ferramenta facilitadora do processo de ensino-aprendizagem. Neste modelo é possível articular a Aprendizagem Significativa e Conceptual, visando a formação para o mundo do trabalho, despertando o interesse dos estudantes e direcionando-os para a formação autónoma, crítica e reflexiva.
Rotação por estações é um modelo sustentado de ensino híbrido no qual, tanto os momentos online quanto os offline ocorrem dentro da escola. O espaço – normalmente a sala de aula – é dividido em estações, e pelo menos uma delas, poderá ser online. Todas as estações, trabalham com o mesmo tema central da aula, mas de forma diferente, ou seja, diferentes estilos de aprendizagem: Visual, auditivo, cinestésico e leitura e escrita.
Os estudantes são divididos em grupos entre as estações, e devem percorrer todas as estações até o final da aula, como se fosse um circuito.
O tempo para cada estação deve ser calculado de forma que os estudantes consigam concluir as atividades propostas antes de seguir para a próxima.
Uma mais-valia, do modelo Rotação por Estações é a aprendizagem colaborativa, ocorre na maior parte do tempo, mas é possível, em algum momento – de preferência na estação tecnológica – abrir espaço para a aprendizagem individual, que pode ser com pesquisas, jogos, exercícios, etc.
A figura seguinte, ilustra a metodologia de ensino-aprendizagem Rotação por Estação. Lorenzoni (2016) e Silva et al. (2016), defendem que a forma como a sala de aula é organizada, pode tanto promover, quanto limitar a aprendizagem dos estudantes devido à quantidade de estações estar ligada diretamente com a quantidade de estudantes da turma, desta forma, o ideal é que cada estação tenha um número reduzido de estudantes.
Figura: Metodologia Rotação por Estação
Fonte: Adaptado de Staker e Horn (2012)
As atividades das estações, devem ter uma sequência didática e serem independentes umas das outras, porém, correlacionadas, devendo ser iniciadas e finalizadas na mesma estação e sem necessitar de algum exercício prévio. Isso porque os estudantes começam em uma estação e circulam pelas outras a partir daí.
Três momentos são especiais nesta metodologia de ensino:
O professor, neste contexto, atua na organização das estações, atividades, recursos didáticos e divisão de grupos, no esclarecimento de dúvidas, existe a possibilidade de também fazer parte de uma das estações, na qual poderá provocar debates e reflexões.
Figura: Metodologia Rotação por Estações
Fonte: https://tutormundi.com/blog/rotacao-por-estacoes/
Prática do Modelo Rotação por Estações
Quantidade de Estações
A quantidade de estações deve levar em conta alguns aspetos:
Espaço
Em geral, o modelo Rotação por Estações, costuma acontecer em sala de aula, com a divisão das estações ao longo do espaço disponível. No entanto, é possível adaptá-lo para outros espaços, conforme a necessidade e disponibilidade.
Atividades
Levantamento de Recursos
Avaliação da Atividade
A avaliação será formativa através do acompanhamento e mediação do professor entre as diferentes atividades. O professor terá uma ficha de avaliação de trabalho (ver anexo) de cada estudante com o propósito de avaliar o mesmo em relação ao seu desempenho individual e em grupo.
Serão avaliados seguintes aspetos:
A avaliação das atividades propostas, não é meramente a atribuição da nota, pretende-se detalhar cada ponto de erro do estudante, ajudando-o a superar as lacunas e a humanizar o relacionamento com o professor e com os colegas.
O estudante deve preencher o questionário de autoavaliação das atividades (ver anexo) e juntamente com o feedback do professor, devem ser analisados os pontos positivos e negativos.
Plano de Aula
Definir o tema da aula com Rotação por Estações. Escolher um tema que permita a realização de várias estações.
Escolher um tema que permita a ramificação em Estações e, principalmente, a criatividade do professor permita a criação de um circuito dinâmico. O professor deve fazer construir a ficha de planeamento por estação (ver anexo), de modo a organizar todas as atividades.
O tempo é crucial, é importante fazer uma boa gestão de cada atividade/tempo.
Com o número de estações definido e o tema já estabelecido, é necessário selecionar as atividades para cada estação.
Juntar atividades de leitura, resolução de exercícios e alguma atividade digitais é interessante, pode existir diferentes níveis de envolvimento.
Os materiais devem ser preparados com antecedência. De acordo com a actividade definir todos os materiais necessários.
Em sala de aula, é o momento de dividir os grupos. É importante não fazer grupos com mais de 8 estudantes e o ideal seria grupos de 5, mas dependerá da quantidade de estudantes em sala e das estações disponíveis. Os grupos não precisam ter o mesmo número de pessoas, mas é importante que não fiquem divergências muito grandes inclusive para facilitar a troca de estações.
Pode-se sortear os grupos ou pedir que eles mesmo se dividam, tudo dependerá das caraterísticas da turma.
Neste momento, o professor dá início às atividades nos grupos e deve gerir o tempo, ou seja, avisar os grupos do momento de trocar de estação.
É comum, que algumas estações terminem um pouco antes, ou que alguns grupos sejam mais ágeis que outros, entretanto, nenhuma estação pode receber tempo insuficiente. É importante deixar uma margem de 2-3 minutos a mais no tempo.
A média é de 15 minutos em cada estação, mas o professor pode aumentar ou diminuir o tempo, porém ele deve ser o mesmo para todas as estações e todas as trocas.
Vantagens do Modelo
Os benefícios advindos da utilização deste modelo são inúmeros. A aprendizagem apresenta-se como uma mais-valia na resolução de problemas, pois gera oportunidade para os estudantes aplicarem os seus conhecimentos e habilidades durante a realização do circuito.
O modo como se encontra distribuídas as atividades, tem por base as diferentes formas de aprendizagem, tornando-se numa formação mais sólida e mais abrangente, tendo por base o processo de construção do conhecimento que é diferente para cada um dos estudantes.
A metodologia motiva a participação e interação da turma, pois promove desafios provenientes do trabalho em equipa.
O dinamismo no processo de aprendizagem é responsável por desenvolver habilidades de comunicação e colaboração entre os estudantes.
Deste modo, podemos sintetizar as vantagens do modelo:
A metodologia, Rotação por Estações, é uma metodologia ativa muito efetiva para ser aplicada em sala de aula, apresenta-se como uma opção inovadora e pretende ser um meio para o desenvolvimento de competências colaborativas, na satisfação e na participação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Moran, J. Educação híbrida: um conceito-chave para a educação, hoje. In: Bacich, Lilian; Neto, Adolfo Tanzi; Trevisani, Fernando de Mello (org.). In: Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015.
Barreto, M., Morais, M., Ensino Híbrido: um caderno formativo para professores da educação básica. Disponível em: https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/554126/2/Caderno%20formativo.pdf
Lorenzoni, M. Inovação educacional: ferramentas e tecnologia. Publicação Geekie, 2016.
Silva, D. B. As principais tendências pedagógicas na prática escolar brasileira e seus pressupostos de aprendizagem. UFSM. Disponível em: http://coral.ufsm.br/lec/01_00/DelcioL&C3.htm. Acesso em: 27 ago. 2020.
Silva, M. I. et. al. Estudo do Método de Rotação por Estações para o desenvolvimento de diferentes linguagens. In: Encontro Nacional De Ensino De Química –Florianópolis: UFSC, 2016.
Webgrafia
https://www.clipescola.com/rotacao-por-estacoes/ – consultado em 2023
https://educacaocientifica.com/educacao/metodologias-ativas-parte-ix-rotacao-por-estacoes – consultado em 2023
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/206997/2/Produto%20Educacional%20PPGECMT_Edson%20Pedro%20Schiehl.pdf – consultado em 2023
Este guia visa ser um elemento facilitador aos docentes no processo de implementação das metodologias ativas de ensino e aprendizagem, sem a pretensão de abranger profundamente a temática teórica das metodologias, direcionado para o sentido prático do “saber fazer” como uma ferramenta útil que indique de forma clara e objetiva, os procedimentos essenciais para implementar as metodologias ativas.
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