METODOLOGIAS ATIVAS

As metodologias ativas de aprendizagem preconizam uma abordagem de ensino cujo objetivo é envolver os estudantes de forma mais ativa e participativa no seu processo de aprendizagem.

Estas metodologias diferenciam-se do modelo de ensino tradicional, onde o professor é o centro da transmissão do conhecimento e os estudantes têm um papel mais passivo, apenas recebendo as informações.

As metodologias ativas valorizam a participação ativa dos estudantes, incentivando o desenvolvimento de habilidades como pensamento crítico, colaboração, criatividade e resolução de problemas. Procuram ainda tornar a aprendizagem mais significativa, conectando com a realidade e os interesses dos estudantes.

As metodologias ativas surgem com o principal objetivo de transformar o modelo expositivo clássico nas salas de aula. Procuram tirar partido da perceção dos estudantes como parte integrante, central e ativa da sua aprendizagem.

A sua implementação faz uso de vários instrumentos, como a discussão de situações-problemas, contextualização da realidade, exposição crítica e reflexiva, uso de tecnologias, entre outras que auxiliam no desenvolvimento de diversas habilidades, como a comunicação, o trabalho em equipa, a postura de liderança, o respeito aos colegas e a capacidade de avaliação crítica (BARROS; SANTOS; LIMA, 2017). A figura seguinte ilustra alguns princípios das metodologias ativas de aprendizagem.

Figura: Pilares das metodologias ativas de aprendizagem

Nas metodologias ativas de aprendizagem, o professor assume o papel de mediador, atuando assim como facilitador no processo de ensino-aprendizagem. As suas funções passam por ações para provocar, construir, desafiar, compreender e refletir, com o estudante, para o orientar, direcionar e transformar a sua realidade. O estudante, em contrapartida, sendo o centro do processo de ensino-aprendizagem, é estimulado a ter postura ativa, fazer uso da autoaprendizagem, curiosidade, pesquisa e tomada de decisões, bem como desfrutar de autonomia e reflexão para desenvolver uma atitude crítica e construtiva que o prepare para a prática profissional.

Assim, podemos resumir que qualquer metodologia ativa deve consistir num processo que envolva observação, análise, estudos, investigação, reflexão, formulação de hipóteses e tomada de decisões, tendo por objetivo entender e/ou solucionar algum problema. A ilustração da figura seguinte, realça uma vez mais os aspetos importantes das metodologias ativas de aprendizagem.

Figura: Ilustração das metodologias ativas de aprendizagem

Agora que já temos um enquadramento e apresentados os principais conceitos que suportam as metodologias ativas de aprendizagem, neste capítulo, vamos abordar as metodologias, que, por um lado, são as mais usadas no ensino superior, e, por outro lado, que colocam os pilares das metodologias ativas  em pratica de uma forma eficaz.

Pode explorar as seguintes metodologias ativas (fazendo clique sobre o nome da metodologia ativa)

Muitos investigadores, foram ao longo do tempo, propondo metodologias que procuram obedecer aos pilares das metodologias ditas ativas. Apresentamos na tabela seguinte, uma lista de metodologias que se enquadram como ativas.

Na tabela seguinte, apresentamos uma lista de metodologias ativas apresentadas ao longo dos tempos por diversos autores.

 

Tabela: Lista de metodologias ativas

Metodologa Ativa
Aprender ensinando (Learning by teaching)
Aprendizagem baseada em equipas (Team-based learning)
Aprendizagem baseada em jogos (Game-based learning)
Aprendizagem baseada em problemas (Problem-based learning)
Aprendizagem baseada em projetos (Project-based learning)
Aprendizagem Maker (Maker learning)
Aprendizagem por pares (Peer instruction)
Apresentações de filmes
Apresentações musicais
Avaliação oral (autoavaliação, do grupo, dos professores)
Debates temáticos
Design thinking
Dinâmicas lúdico-pedagógicas
Dramatizações
Escape Room
Educação socio-emocional
Estudo de caso
Exercícios em grupo
Exposições dialogadas
Gamificação (Gamification)
Grupos de tutoria e grupos de facilitação
Grupos refletivos e grupos interdisciplinares
Just-in-Time Teaching
Leitura comentada
Mesas-redondas
Metodologias imersivas
Metodologia dos Trezentos
Oficinas
Pedagogia da problematização
Plenários
Portfólio
Práticas STEM
Problematização: Arco de Marguerez
Puzzle de Aronson
Relato crítico de experiências
Rotação laboratorial
Rotação por estações de trabalho
Sala de aula invertida (Flipped Classroom, Flipped Learning)
Seminários
Socialização
Técnica Jigsaw
World café

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bacich, l.; Neto, A. T.; Trevisani, F. D. M. (2015). Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação. [S.l.]: Penso.

Barros, K.B.N., Santos, S.L.F., Lima, G.P. (2017). Perspectivas Da Formação No Ensino Superior Transformada Através De Metodologias Ativas: uma revisão narrativa da literatura. Revista Conhecimento Online, v. 1, p. 65-76, mar. https://doi.org/10.25112/rco.v1i0.472.

Carvalho, A. A. A. (2022). Metodologias Ativas e Tecnologias Educacionais Digitais. Repositório científico da UC. http://hdl.handle.net/10316/107757

Chickering, A. W., & Gamson, Z. F. (1987). Seven principles for good practice in undergraduate education. American Association for Higher Education bulletin, Mar, 3-7.

Christersson, C., Staaf, P., Dakovic, G., Peterbauer, H., & Zhang, T. (2019). Promoting active learning in universities. Thematic Peer Group Report. European University Association.

Diesel, A., Baldez, A.L.S., Martins, S.N. (2017). Os princípios das metodologias ativas de ensino: uma abordagem teórica. Revista Thema, v.14, n.1, p.268-288. http://dx.doi.org/10.15536/thema.14.2017.268-288.404

Eison, J. (2010). Using active learning instructional strategies to create excitement and enhance learning. University of Florida.

Felder, R., & Brent, R. (2009). Active learning: an introduction. ASQ Higher Education Brief, 2(4).

Este guia visa ser um elemento facilitador aos docentes no processo de implementação das metodologias ativas de ensino e aprendizagem, sem a pretensão de abranger profundamente a temática teórica das metodologias, direcionado para o sentido prático do “saber fazer” como uma ferramenta útil que indique de forma clara e objetiva, os procedimentos essenciais para implementar as metodologias ativas.

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